O Sofrimento de Nascer 生れ出 づる悩み
Em
Tokyo também já tinha passado o inverno e
estávamos na época de flores
de camélia. A terra estava absorvendo luzes benevolentes
emitidos pelo
sol.
押し寄せる荒波 Ondas bravas batendo na
encosta
Entretanto, mesmo assim, o vendedor de peixe dourado já deve
estar
andando nas ruas ainda cobertas de neve, gritando alto para vender os
peixes dourados, isso é como se chamasse a primavera. E a
praia também já deve estar cheio de pescadores
que vieram das regiões
de Tsugaru e Akita, como as aves migrantes que chegam, e
estão
consertando redes de pesca de arenque de pacífico(鰊)ou
estão
instalando enormes panelas para cozinhar arenques(*1). Os
casacos e
os protetores de mãos e canelas de cores vivas que eles usam
deve deixar
a
praia bem colorida. (*1) Cozinhar arenque:
Antigamente, os arenques também eram utilizados na lavoura como
fertilizante nas lavouras. Para saber mais, clique aqui.
昔の金魚売り Vendedor
de peixe dourado
A
longa noite de inverno
ainda não amanheceu e o céu continua ainda escuro.
Quebra
mar do Porto de Iwanai e as ondas 岩内港の防波堤
Quase uma 100 barcos de pesca amarrados
no píer, estavam com suas proas voltadas para o mar,
amarrados um ao outro com as cordas e
estavam balançando os mastros coforme as ondas do mar.
Passado
umas 2 horas, no meio da escuridão que não
enxergava nada, surgiu o
pico do Monte Iou (硫黄山) – de ombro direito
alto e ombro oposto baixo
– no meio do céu, como se nascesse do nuvem, ou melhor,
expelido.
O solo ainda estava adormecido, mas o céu já
estava absolvendo a luz do
alvorecer. (*2) Alegro ou Allegro: "Alegre" em italiano, é um andamento musical leve e ligeiro).
Arenque do Pacífico
ニシン Das bordas esticavam-se os remos que pareciam os pés de centopeia, o leme da popa parecia aleta de cauda da baleia, e com os gritos de animação dos pescadores, aquele típico de região norte - que tem tom meio triste - os barcos vão avançando resistindo as ondas escuras que atacam os barcos e vão se distanciando do litoral. Visto de barco, as mulheres que estavam na praia pareciam pequenas pedras pretas. Os pescadores – alguns remando, outros ajustando as velas, outros tirando água do fundo do barco – olham alternados para mulheres que deixaram na praia e o rastros de fogo sinalizador de carvão mineral que queima na popa do barco-guia que estão na sua frente. Os tripulantes do barco-guia prendem o carvão mineral aceso com hibashi (tipo de pinça de ferro comprido para manusear carvão quente) e levantava para cima. Aí, o vento fazia o carvão queimar mais, soltando monte de faíscas que parecia calda de fogo. Todos os barcos de pesca eram obrigados a seguir esse fogo sinalizador o tempo todo. Eles sabiam que, quando o barco guia sinaliza com um fogo só, significa que o tempo irá piorar e então, tinham que desistir da pesca. Mas quando é levantado dois fogos, era sinal que o mar está seguro e tinham que continuar navegando. No meio do escuridão antes de amanhecer, o fogo sinalizador soltava faíscas azuis entre os som dos ventos e das ondas do mar. É o fogo que pode decidir o destino de centenas de pescadores. A calda da faísca, que carrega os destinos dos homens do mar arrastava-se bem longa sobre as ondas. Logo, aparecem várias gaivotas com suas asas brancas e alcançam os barcos. Essas gaivotas que miam que nem gatos domésticos, poderia dizer que são nômades do mar, descem rapidamente até as ondas do mar e voam em razante. Voam tão baixo que parece que os seus corpos encostam na água, mas logo em seguida vira suas asas e voam altos. Depois ficam algum tempo parados no ar, resistindo ao vento mas depois deixam os ventos carregassem. Quando as asas das gaivotas começam a enxergar mais claras, está chegando o amanhecer. Até que em fim, a longa noite da Terra do Norte está terminando. A escuridão da noite é expulso para o alto mar e no leste do céu nasce as luzes que rasgam os nuvens. Uma esplêndida alvorada. O Monte Raiden (雷電山) parece demônio que caiu no mar por engano, está mostrando somente o seu musculoso ombro direito por cima das ondas. As nuvens de tempestade – que parecem fogos roxos da caldeira - apressadas em ir embora, ora acariciam e ora batem violentamente o pico do Monte Raiden e coloram até neves acumuladas do sopé em cor púrpula transparente. Mas, como os ventos são tão gélidos, em contraste com as luzes quentes da madrugada! A Terra que ficou congelada durante longa noite, deve estar fazendo suas ultimas respirações, a mais geladas antes de sol nascer. Inverno do Hokkaido
北海道の冬
Eu, jamais poderei esquecer de você. Dentro do barco pesqueiro distante que parece tão pequeno como folha flutuando no mar, você deve estar preparando as linhas de palangre e olhando este magnífico e solene início do dia. Seu pai deve estar sentado de pernas cruzadas em frente a leme, olhando para o barômetro (*indica mudança de tempo) e pensando como seria tempo hoje. É uma época que o tempo pode mudar repentinamente, portanto, o comandante do barco sempre tem que ficar atento. Os olhos aguçados do velho pescador que parece que nasceu no mar, não iria deixar passar despercebido, nem mesmo um pequeno sinal de mudança de tempo, como o de um pedaço de nuvem. Entretanto, aparentemenete o velho estava calmo. Seu irmão, estaria esfregando as mãos que estão congeladas de frio no seu avental para tentar aquecer, mas segurava firmemente a corda de vela e manejava agilmente conforme direção do vento. Os dois pescadores empregados estariam muito ocupados, colocando as iscas nas linhas de palangre. Olhando para o mar, os barcos que partiram do porto, cada um está seguindo para direção desejada, se espalham. Dentro de cada barco, os comandantes e pescadores estão fazendo os mesmos trabalhos que vocês estão fazendo. Quando finalmente a noite vai embora e chega manhã, a direção do vento muda - durante a noite soprava do alto mar e quando chega o dia sopra da terra - o mar se acalma por algum tempo e a corrente marítima também muda. Vocês pescadores, só de a ver cor da água conseguem detectar a direção da correnteza. A vela é abaixada mas os barco continua deslisando sobre a água devido a inércia e muda de direção para a direita ou para a esquerda através de leme e inclina a cada manobra. Ao mesmo tempo, as linhas de palangre com boias amarradas são atitados no mar. Cada linha de palangre tem aproximadamente 3 mil metros de comprimento e para terminar de colocar toda linha, mesmo começando de manhã, leva até quase meio dia para terminar o trabalho. O barco, agora é remado e navega lentamente descarregando as linhas de palangre. A água do mar é mais pesados devido ao frio. É tão pesado quanto o óleo congelado e puxa as linhas de palangre com iscas para o fundo da água, de cor anil índico. O céu está límpido e as luzes do sol que refletiam no mar desenhando figuras parecidas com as flores luminosas. Mas de repente nuvens começam a cobrir o céu e começa cair granizos e a superfície do mar fica espumado. Os barcos ficam separados por véu azul esbranquiçado parecido com a cola fina. Em volta de você caem monte de grãos de gelo pequenos e batem no barco soltando barulhos secos. Mas você não liga muito, só se inclina pouco o seu rosto para que os granizos não acertem sua cara e continua calmamente o trabalho de soltar a linha de palangre no mar. Logo parou de cair granizo, as nuvens se dissipam e o céu volta a abrir. Os barcos, cada um para si, continuam prosseguindo seus trabalhos no mar de cor azul profundo. O tempo muda o seu humor várias vezes por dia. Quando fica mau humorado, traz as chuvas e os granizos, e na medida que o sol vai-se inclinando para oeste, a frequência de manifestar o mau humor também aumenta. Os pescadores não se preocupam muito com a mudança de temperatura, se faz frio ou calor, pois de qualquer jeito têm que trabalhar. Mas quando se trata de vento congelante, até mesmo os pescadores valentes ficam aflitos. Os cinco pescadores, assim que terminam de colocar todas as linhas de palangre, correm tremendo de frio para local do leme, onde está instalado forno portátil acesa. Ficam em volta para aquecerem com o fogo e começam a comer os bolinhos de arroz que trouxeram no ohitsu (*pote de arroz feito de banbú) . Os barcos que saíram agrupados do porto, a esta altura estão todos bem distantes um do outro, balançando entre ondas como folhas flutuando no mar. A terra fica mais de 10 quilometros de distância, e de onde os barcos estão só enxergam morros altos e montanhas altos acima do horizonte. As neves acumuladas nas montanhas brilham em cor de prata, mas nas sombras onde as luzes não iluminam estão escuras, de cor de chumbo, mostrando assim perfis agudas. Os pescadores enchendo a boca com arroz e conversam sobre a pesca de hoje, palpite de quantos peixes vão conseguir pegar, etc. Mesmo nessa hora, você sentiria que é diferente dos seus colegas pescadores. Mesmo remando e manobrando o mesmo barco, você sentie que é um estranho no meio deles. Há uma grande distância entre seu sentimento e os deles e isso te faz triste. Você tenta inutilmente, inúmeras vezes, esmagar seu sentimento de apego sobre a arte, mas esse esforço torna-se em vão, não consegue esmagar. ニシン漁に使われた大和船(左) と ご飯を保
存する
おひつ(右)
Barco utilizado para pesaca de arenque e ohitsu para armazenar arroz cozido (foto à esquerda) Numa época em que poucas pessoas aventuram em se tornar um piloto de avião, que é considerado uma profissão somente para corajosos e aventureiros, que caso morresse em um acidente ou queda de avião, seria considerado como um herói, todo mundo lamentaria a perda e que a família dele receberia uma boa indenização e respeito de todos. Em comparação, a vida dos pescadores, sinceramente, é extremamente difícil, pois diariamente têm que arriscar as suas vidas no trabalho tão árduo, mesmo que faça chuva ou sol, comendo arroz que parece que cozinhou com a chama da sua própria vida. Nessa profissão não vê nada parecido com “aventura”, é um trabalho que muitas vezes colocam suas vidas à mercê da sorte, por isso pode-se dizer que a vida deles são respeitável e solene. Vida humilde, mas sem outras escolhas, têm que continuar a viver sofrendo, sem orgulho, sem pretensão, sem lamentação, apenas aceitam a realidade com coragem, paciência, obediência e conformismo parecido com a de boi preso no jugo (*peça de madeira para atrelar bois a carroça ou arado) . Quando você vê essas coisas, sente seu coração apertar, pois percebe como é belo e frágil o destino do ser humano. E quando você pensa nessas coisas, certamente você estaria relembrando de trágico naufrágio do barco. Mesmo comendo bolinho de arroz com seus colegas pescadores, o seu pensamento fica distante da conversa, você fica quieto e o pensamento voa para passado. Você pensa nessas coisas e relembra do perigo que passou no barco. Você está comendo bolinho de arroz junto com outros, mas o seu pensamento fica distante da conversa, fica quieto e o reflexão do passado vem à tona.
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