O Sofrimento de Nascer
生れ出
づる悩み
O
incidente aconteceu no mês de março de de alguns anos
atrás e
foi uma das mais amargas experiencias que você teve na sua vida.
Quando o barco-guia soltou um sinal que indica “Retornar ao porto imediatamente!”, os
pescadores que estavam trabalhando já preocupados com a mudança de
tempo, imediatamente começaram a recolher as linhas de palangre(*1), porém,
a tempestade chegou muito rápido e a situação ficou perigosíssima em
questão de poucos minutos. Coube então, ao comandante de cada barco, a
tomar decisão de cortar as linhas de palangre para poder voltar quanto
mais cedo para o porto.
- Caramba, de novo vamos ter despesas!
Seu pai lamentou o que tinha que fazer para retornar logo. Logo em
seguida ele ordenou a você cortar as linhas de palangre. A tempestade
já estava dominando todo o mar. Ventos violentos misturados com a neve
estavam soprando de toda direção. Ondas triangulares se formavam e
colidiam uma contra outra como se estivessem brigando entre si e
transformavam as ondas triangulares em ondas de espumas brancas. Os
ventos agressivos arrancavam as cristas das ondas que caiam em cima do
barco como avalanche. As neves densas que também vinham de toda
direção, dificultava os pescadores de ficarem com os olhos abertos e
competiam com as ondas, para ver quem é mais agressivo.
As neves densas ora perseguiam ondas, ora corriam
das ondas, parecendo pequenos demônios irados, dançavam provocando e
saltitavam para direita e para esquerda, para cima e para baixo. Os
pedaços de neves que caem transformam em neblina densa e voam mais
veloz que as flechas logo acima das ondas do mar.
(*)
Palangre: Também é conhecido como pesca com espinel, trole ou
páter-nóster. Constituído por uma linha principal, forte e comprida, de
onde dependem outras linhas secundárias mais curtas e em grande número,
a intervalos regulares, onde cada uma termina num anzol. Para saber
mais sobre a pesca clique aqui.
押し寄せる荒波 Ondas bravas batendo na
encosta
Em cima do barco, você se
move para a proa quase rastejando sobre o
convés molhado e liso por causa da neve e água. Segura o anel de ferro
da
corda de amarração com a mão esquerda, e com uma bússola na mão direita
e grita para o comandante do barco - seu pai - que está no leme, a
direção que o barco tem que seguir. Os dois pescadores empregados pegam
dois bambus compridos, e amarram bem com cordas em ângulo perpendicular
do barco em ambos os bordos. Esses bambus aumenta a estabilidade do
barco e pode evitar que o tombe com a
onda grande. O seu irmão, segurando a corda da vela e levanta ou abaixa
a vela conforme ordem do seu pai que está segurando o leme.
A tempestade não dá trégua, mesmo no meio da luta para
sobrevivência
de todos, as ondas continuam inundando o barco, obrigando ao resto dos
tripulantes pegarem os baldes de bambu para tirarem a água do fundo do
casco e jogarem para fora sem descansar, do contrário
barco afundaria. Eles gritam sem parar, para se comunicarem e agirem
rapidamente, os tons dos gritos deles são tensos e nervosos, mas
faziam sentir uma certa segurança, pois sabiam que estavam lutando
sincronizados para sobreviverem.
- Este bordo!
- Vamos para direita!
- É para direita, para direita!
- Amarre firme a corda da vela!
- Não está enxergando outros barcos? Se achar, vamos ajuntar com eles!
O vento violento que vinha soprando de qualquer
direção, agora começou a soprarde uma única direção e com isso, as
ondas
triangulares que até então parecia que só se agitavam sem motivo,
começaram a se transformar em ondas gigantes e começou aproximar
rapidamente por trás do barco.
- Lá vem a onda!
Os cinco tripulantes que já estavam tensos, se
prepararam para o que
vier com tensão ainda mais aumentada. O barco que deslisava velozmente
até então, perdeu rapidamente a velocidade, parecia que
estava sendo sugado paratrás pela onda gigante que estava se
aproximando e a popa do barco se levantou. Os objetos que estavam
soltos dentro
do barco deslizavam para frente e os pescadores tinham que agarrar
firme em
alguma coisa fixa para não perderem o equilíbrio.
No momento seguinte, sentiram-se que o barco flutuou
por um instante, mas logo ele escorregou direto para o precipício que a
onda gigante criou. Ouviram-se um
enorme estrondo e no momento posterior, o paredão da onda com espumas
brancas desabou em cima do barco. No meio do pânico e confusão, barco
foi envolto com espumas parecidos com a fervura, olhando para frente
viram que a onda gigante que se desabou sobre o barco
estava afastando como um pesadelo passageira. Mas nem tiveram tempo de
suspirar, pois por trás estava vindo uma outra onda gigante. Alguém
gritou.
- Cuidado!
Quase simultâneamenete, ouviram um barulho que alguma coisa quebrou.
Com
instintivamente você olhou para trás e
viu mastro quebrado na sua base e caindo com pano de vela enrolado.
三角波は船舶にとってたいへん危険だ Ondas
Triangulares são muito perigosas
Num
fração de segundo, você viu rosto do seu irmão assustado, olhos dele
parece que iam sair para fora. Você moveu rapidamente
desviando do mastro que ia cair em cima de você. Outros pescadores
estavam gritando apavorados e estavam tentando
pegar nos remos, porém foi um esforço em vão, pois arco estava
sendo sacudido e nada podiam fazer.
Enquanto a vela está em pé, eles tinham certeza
absoluta que não iam
deixar barco virar, entretanto sem vela eles não sabiam o que fazer.
Pior, com o barco
sem força para navegar, nem o leme não funcionava, o
barco ficou à deriva da tempestade no meio do mar, sacudindo e sendo
levado para qualquer direção.
O barco teve sorte de não tombar com a primeira onda
gigante. A segunda e terceira onda gigante também milacrosamente
conseguiu aguentar, mas quando eles viram a quarta onda, a mais gigante
entre as
que viram até então, os pescadores pressentiram o que iria
acontecer.
A onda gigante aproximava como uma montanha negra se
movendo. No seu topo enxergava crista de onda branca parecida com o
fogo
acendendo e apagando. A montanha de água aumentava seu tamanho conforme
aproximava. Até mesmo o vento violento foi impedido
de soprar devido ao paredão que a onda formava. Um silêncio arrepiante
dominou por instante.
Sem os meios para mudar o seu rumo, nem para a direção da onda
gigante, o barco ficou sucumbido.
O enorme onda aproximou ao máximo e repentinamente
se ergueu ainda mais como uma fera que ataca com toda força a sua
presa. Em seguida a gigantesca onda desabou sobre o
barco como um avalanche. No instante seguinte, seu corpo estava sendo
quase esmagado pelas
espumas da onda gigante, mas logo agiu, tentou agarrar no barco que
tombou. Seu irmão caído também no mar,
estava tentando agarrar na beira do barco, mas essa parte do casco era
muito liso, ele tentou várias vezes mas não estava
conseguindo. Você gritou alguma palavra para o seu irmão e ele também
respondeu gritando, mas o barulho da tempestade impediu de
compreender o que cada um tentava falar, só se viam abrindo
e fechando a boca.
Depois da onda gigante, vieram várias ondas
relativamente pequenas,
entretanto, essas ondas erguia e abaixava o barco, atrapalhando assim,
de vocês agarrarem no casco do barco e vocês tinham que ficar flutuando
entre as
ondas. Seu casaco grosso de attus (*1) estava
encharcado e pesado
como casaco feito de ferro, mas você se mexia ininterruptamente os
braços e pés
para não afundar, e ao mesmo tempo sua cabeça estava pensando
rapidamente em como escapar da morte iminente. Aparentemente você
parece que estava apavorado com a situação, mas por dentro,
inexplicavelmente sentia bem calmo que você mesmo
ficou surpreso.
(*1)
roupa confeccionada com tecidos de
ulmus laciniata ou de tilia japonica. アツシ.
Ondas
gigantes 巨大な波
O céu, o mar, o barco, seu
raciocínio, tudo estava agitado, mas seu
coração estava tão calmo e pensava “Não vou morrer!”. Você estava
determinado, um pensamento que pode ser considerado estranho nessa
situação. Esse pensamento, talvez tenha vindo da conclusão lógica
baseado no instinto de sobrevivência nata, que dizia “Não quero
morrer”, “Quero
viver”, “Enquanto tiver chance de viver, quero viver” e “Não vou
morrer”. Esse pensamento que vem do instinto, um pensamento poderoso de
comparado o de um animal, trazia calma no fundo do seu coração.
Impulsionado por poder do instinto, você estava
lutando para revirar
o barco. Outros quatro pescadores também pensavam mesma coisa e lutando
contra as dificuldades aproximaram se
de você, pegaram na beira do casco de barco e começaram tentar
revirar o barco juntos.
- Vamos outra vez, um, dois e três!
Seu pai gritou alto para sincronizar o trabalho e
todo tentaram de novo. Nessa hora, talvez pode se dizer que foi uma
ajuda divina, veio uma
onda grande e bateu na lateral do barco e o barco virou 180 graus e
voltou
a sua posição normal. Dentro do barco estava cheia de água, quase até a
borda, mas estava flutuando sem problema. Porém, quando o
barco revirou, os cinco tripulantes afundaram alguns metros sob água,
mas logo tentaram subir até superfície e sair da água,
entretanto, o peso dos casacos molhados impediram de fazer isso, então
todos ainda estavam no meio
da água gelada. Se agarrarem no bordo para subir, havia
risco de barco tombar de novo.
O homem, quando está correndo risco de vida, seu
instinto faz agir
inimaginavelmente rápido. Entre os cinco pescadores que estavam juntos
flutuando num lado do barco, os dois nadaram rapidamente para outro
lado, sincronizaram os movimentos e soltando os gritos em uníssono para
sincronizar o movimento e
conseguiram colocar meio corpo sobre o barco. Apesar de metade do
corpo ainda estarem debaixo da água, todos sentiram aliviados, mas logo
em seguida todos demonstraram alívio misturado com emição – você jamais
esqueceria aquela cena. Eram rostos que em seguida podia chorar de
alegria ou cair na gargalhada parecido com a de louco – Você jamais esqueceria
aquela imagem.
Esse drama emocionante aconteceu num cenário
severíssimo, no qual a natureza
mostrou toda sua ira. A neve não parava, mar furioso e as
nuvens voavam esfregando a superfície do mar. Diante de ira da natureza
o homem nem sequer tem significado, é pior que um grão de pó. A
existência do homem é totalmente ignorado. Entretanto, mesmo assim, vocês
reivindicaram teimosamente a sua existência,
apesar de as neves, os ventos e as ondas haviam lhes ignorado.
As ondas grandes continuavam passar por barco sem
parar. Todos vocês estavam imersos até a cintura com a água inundada
dentro do barco. Mas cada
um de vocês pegava alguma coisa que restou no barco para tentar
sobreviver. Um achou o remo, outro encontrou a plancha de madeira,
alguém pegou a concha de madeira com cabo e outro encontrou
um cabo longo de escova. Com a ferramenta que encontraram, cada um
começou fazer seu trabalho, para abrir o caminho da sobrevivência,
remando e tirando água do
fundo de barco.
Mas a tempestade não dava trégua. Vento forte continuava
soprando e o
que se enxergava era somente as ondas bravas. A situação era tão
desesperadora que, mesmo os pescadores tão experientes como eles, que
normalmente descobrem rapidamente a direção correta no mar, ficaram
perdidos e não conseguia apontar direção certa a seguir. Estavam tudo
em caos.
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