O Sofrimento de Nascer
生れ出
づる悩み
O
céu continuava com escuridão.
Só se ouve enormes
gritos que não se sabia de onde vinha, do céu ou terra. Era só.
- Não vou morrer!
Mesmo nessa situação, o seu coração continuava calmo
e pensava isso. Perto de você estava um pescador jovem. Ele parece que
havia se ferido e estava escorrendo sangue da têmpora. Essa cena foi
bem marcado.
- Não vou morrer! Você decidiu no fundo do seu
coração.
Não se sabe por quanto tempo essa situação
continuou, pois estava num mundo que o tempo não fazia mais sentido.
Entretanto, você começou a sentir cansaço no seu coração que nada
influenciasse. Você ficou um pouco preocupado, mas justo nessa hora, um
pescadore gritou alto uma frase que não deu para entender.
Até então, os pescadores gritavam toda hora para se comunicarem, devido
a situação que
eles passavam, mas esse grito era diferente – todos sentiram isso.
Quando todos olharam para o tripulante que gritou, e
olharam para a direção que ele estava olhando, viram um barco!
- Barco! É barco!
Devido a forte tempestade fr neve, não conseguiram
enxergar bem o
barco, mas era um barco que deslizava rapidamente sobre as ondas com
vela toda esticada e inclinando sua proa em 45 graus para baixo.
Quando você avistou o barco, alguma coisa sacudiu
seu
coração e sentiu vontade de chorar. Mas seja como for, vocês
tinham que aproximar desse barco que apareceu e pedir socorro. Os
outros pescadores também devem ter avistado o barco, estavam todos
olhando para
a mesma direção que o pescador que gritou estava
olhando.
押し寄せる荒波 Ondas bravas batendo na
encosta
Mas, estranhamente, ninguém
se mexeu para manobrar o barco para poder aproximar do barco que
apareceu. Até mesmo você, que achou estranho esse comportamento dos
outros pescadores, só sentia ansiedade e emoção, mas as suas mãos
continuaram sem mexer.
O barco que surgiu, continuou deslizando rapidamente
com
vela erguida e com a proa inclinada para baixo. Devido a tempestade de
neve não conseguia ver imagens dos tripulantes desse barco. Mesmo a cor
do barco que enxergava, não parecia de madeira, mas sim, de
cor branca. A coisa estranha nesse barco, é que mesmo quando o barco
está navegando sobre topo da onda ou na base da onda, a sua proa
continuava inclinada para baixo. E a vela dele parece que não estava
sendo controlado conforme a intensidade do vento. O barco estranho
continuou
navegando rapidamente diante de todos. Mas no instante seguinte, o
barco estranho estava
navegando acima das ondas!
Você
ficou de boca aberta e paralisado por um instante por susto que levou.
A
imagem do barco branco foi aumentando e ao mesmo tempo a sua imagem
começou a embaçar e
depois desapareceu. Restou somente a vela branca, que continuava
deslocar
velozmente. Mas não demorou muito para que a vela também fosse sumindo
no meio das neves intensas, e depois desapareceu por completo.
Ondas bravas, espumas brancas, neve que não cessa,
névoa do nuvem que passa raspando no rosto e os enormes gritos da
natureza. No meio disso tudo, o pequeno barco é tormentado e estava à
mercê do destino.
Quando você se percebeu que acabara de ver foi uma ilusão
que acontece para quem passa por esgotamento físico mas tenso, você
sentiu arrepio e
esvaziar a força. Aquele jovem pescador que havia gritado estranhamente
agora pouco, cambaleou e caiu no chão e fechou os seus olhos como se fosse dormir. Outros pescadores, ficaram
olhando um para cara do outro, nítido sinal de inquietação.
- Eu não vou morrer!
Você disse a si mesmo mais uma vez, quando viu o
jovem pescador cair e outros mostrando inquietação. Ninguém sabe ao
certo, realmente quanto tempo levou até
finalmenete encontrar com outro barco pesqueiro.
Bem,
de qualquer forma, parece que o destino não lhes havia abandonado.
Quando
avistaram outro barco, desta vez foi real, todos vocês parece que
adquirram uma força surpreendente para aproximar do outro barco,
encostar e amarrar a corda para prender.
Depois levantaram a vela que estava meio congelada,
mesmo que pouco
(pois o mastro havia quebrado) e quando finalmente o barco
começou
a navegar, um sentimento de gratidão e de felicidade surgir no seu
coração que não conseguia se conter.
“Assim que retornarmos ao porto, te cuido, por isso
aguente mais um
pouco, amigo!”
Pensando assim, você colocou o corpo do jovem num canto e continuou com
o seu trabalho, o de retornar são e salvo ao porto.
Depois de algumas horas, começaram a enxergou o cume
do Monte Raiden (雷電山).
O Monte Raiden apareceu com sua base ainda de baixo do horizonte do
mar, seu cume envolto com as nuvens e a sua encosta mesmo sendo
fortemente soprado por vento com neve estava imponente e sólida ali. A
alegria e empolgação que vocês sentiram era inefável, era como
se os peixes que estavam fora da água conseguiram voltar de novo para
água, era como
se animais selvagens presos fossem soltos na mata de novo, era como se
o sol encontrasse oeste para se pôr. Todos ficaram de pé e esticaram
para ver melhor a montanha.
Montanhas de Iwanai 岩内の山並み
-
Lá está o Monte Raiden. Direcione para norte!
-Tomem cuidado com as
rochas submersas!
-Não deixem que avalanche de neve nós
peguem!
Todos gritavam, para puderem seguir o caminho da
sobrevivência. Mas, como o barco foi levado para tão
distante! Normalmente, o barco estaria fazendo pesca à uma
distância de uns 20 Km do Monte Raiden, mas chegou a este lugar, tão
distante.
Devido a vento forte e correnteza do mar, o barco
estava
sendo levado para a direção de penhasco escuro e
bem alto. Os pescadores lutaram para impedir que o barco aproximassem
do penhasco, manipulando a vela, remando com força, manobrando para que
o barco recebesse ondas na lateral do barco, para prosseguir ao
norte.
Quando se aproxima da terra,
as ondas ficando
mais iradas. Assim como cavalo selvagem indomável levanta
suas crinas ao vento, as pontas das ondas quebravam em centenas de
pedaços
de gotas que logo transformavam em milhares de respingos, que em
seguida
transformavam em neblinas e depois voltavam a ser ondas brancas. Sem
parar, as ondas atacavam o penhasco que é pé da montanha.
As ondas que chocavam no penhasco, pareciam água
fervente, levantavam bem alto as espumas brancas e depois voltavam ao
mar. Talvez tenha sido provocado pelas violentas forças das
ondas, a neve que havia se acumulados no planície declive, próximo à
extremidade do penhasco, que até então vagarosamente estava se
deslocando em direção ao mar, repentinamente desagarrou da terra,
soltando um enorme estrondo e tremor e começou a cair de uma altura de
centenas de metros para o mar.
Parecia uma cortina branca feito de cristal,
mais de
quilômetros e quilômetros de extensão de neve acumulada caiu de uma vez
e atingiu o mar. Imediatamente, o mar em frente se transformou num
planície branca. As milhares de ondas gigantes desaparecem e nem
tinha ondas pequenas.
Mas em seguida a planície branca que se formou no mar é invadida pelas
rajadas de ventos que vinha de todas as direções. Era um espetáculo
aterrorizante.
Vocês tentam mudar direção dos barcos para
nordeste, como
se tentassem escapar das garras do demônio. Mesmo depois de se livrarem
do choque com o penhasco, ainda tinham que lutar contra as ondas
gigantes. Mas já dava para avistar entre as ondas, o porto de
Iwanai.
Ondas que quebram no penhasco 断崖に砕ける波
Quando viram o porto, os pescadores ganharam mais ânimo,
suas forças multiplicaram. Os dois barcos
começaram a navegar com mais velocidade, até parece que ganharam dobro
de remadores. Do porto soltaram sinalizadores de artifício que iluminou
o céu escuro.
Os tripulantes continuaram remando sem falar nada em direção ao fogo do
sinalizador. O silêncio deles fazia surgir ainda mais coragem e força
do que gritos para provocar o ânimo.
Quando a onda ergueu o barco, já podiam ver as
pessoas reunidas na praia e fazendo barulho – parecia gritando e
falando – entre as ondas. Os barcos aproximaram mais e daí, eles
ouviram um estrondo parecido como de um canhão.
Era corda de salvamento
que foi lançado. A corda chegou voando como uma cobra e caiu a uns dez
metros do barco. Os pescadores tentaram manobrar o barco
para poder pegar a corda de salvamento. Logo atiraram a segunda corda.
Essa chegou ao barco. Alguns pesvadores correram cambaleando
para pegar a ponta da corda e amarrar no barco.
Os sinalizadores de fogo de artifício eram lançados
por certos
intervalos e iluminavam o céu escuro e depois de alguns minutos
apagavam. Os barcos foram puxados por corda para a praia. A
profundidade do
mar foi ficando raso e os dois barcos, bem amarrados entre si,
continuavam sendo puxados no meio das cristas de ondas esbranquiçadas e
agitadas.
Nessa hora, pela primeira vez, você olhou para o seu
velho pai com mais
calma. Ele estava posicionado – sentado – no posto de leme. Joelhos
para baixo dele estava imerso na água que havia invadido o
barco, mas ele estava olhando também para você. Você percebeu naquele
instante que, seu pai ficou observando todo esse tempo para você e seu
irmão.
Repentinamente você foi tomado por emoção – o amor do seu pai – e seus
olhos encheram de lágrimas. Você disse ao seu pai:
- Que bom que senhor está bem e salvo.
- Que bom que você se salvou.
Ele respondeu. Foram poucas palavras entre vocês dois, mas foi
suficiente para reconfirmar a confiança e amor.
Passou alguns minutos um olhando para
outro. Logo você voltou a trabalhar.
A sua cidade de Iwanai já estava
bem alí, na sua frente, com suas ruas e vielas meio suja e humilde. Deu
para ver também, os membros da Associação de Salvamento Marinho estavam
correndo para lá e pra cá no porto.
Você sentiu surgir um novo vigor, uma energia surgir
como
maré dentro de você e começou a remar com mais força ainda soltando
gritos, chegando a empenar o remo. Lágrimas começaram a rolar nos seus
rostos. Vendo isso, os demais pescadores que até então estavam
quietos,
começaram a soltar os gritos animados também e começaram remar
sincronizados.
Os remos rasgavam as ondas como lançadeiras (*2 ).
Já podiam ouvir claramente os gritos das pessoas na
praia. Ao perceber isso, você se sentiu uma sensação parecida com a de
cair no mundo de sonho, de perder a concentração. Olhou mais uma vez
para
seu pai, mas desta vez não pude sentir aquela sensação sentida agora
pouco. Logo, ouviu o som de fundo do barco pegar na areia. Os
barcos foram puxados até a terra firme, a terra da cidade onde você
nasceu.
- Eu não morri!
Quando pensou isso, seus olhos escureceram e você
não se lembra mais o que
aconteceu depois.
(*2) Lançadeira é uma
ferramenta que permite transportar o fio de trama de um lado para o
outro do tear através da cala por entre os fios da teia, permitindo
assim a construção do tecido. (ver mais). シャトル(織物)。
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