O Sofrimento de Nascer
生れ出づる悩み
Conheci
você, quando eu ainda morava na periferia da cidade de
Sapporo.
A casa qual eu aluguei ficava próximo à
margem direita do Rio Toyohira, que corria na divisa da cidade.
A casa ficava no meio da plantação de
maçã que tinha aproximadamente 10 mil metros
quadrados de área plantada e ficava próximo da
barragem do rio. Foi nessa casa que você apareceu de repente numa
tarde.
A primeira impressão que eu tive de você,
é que parecia estar com mau humor e sem muita vontade para
conversar. Era um rapaz de estatura baixa e dava impressão de um rapaz
que não conseguiu cresceu como os outros por causa da
eplepsia infantil. Você estava com uniforme da escola de ensino
fundamental meio
sujo e sem prender a presilha da gola.
りんご園 Plantação de Maçã
É muito estranho, mas eu me recordo bem dessas coisas.
Você foi convidado a entrar na sala, porém,
mal acabou
de sentar, você disse sem rodeios, para mim ver os seus
trabalhos de pintura. Era monte de trabalhos de pinturas a óleo e a de
aquarela que estavam amontoados e embrulhadas num furoshiki (風呂敷) .
Com gesto semelhante à de uma pessoa que não tem
auto-estima, você tirou bruscamente algumas folhas de pintura do
furoshiki e pôs na minha frente. E depois ficou me encarando
como se estivesse sondando meus pensamentos.
Falando sinceramente, naquela hora eu senti que você era um
jovem muito arrogante. Então, eu também
tentei agir à mesma altura. Sem olhar para sua cara, peguei
uma pintura e examinei.
Surpreso. Foi a sensação que tive ao
olhar para sua pintura. Está certo que ainda faltavam muito
para ser algo bom, dava para ver que faltava técnicas de pintura,
aprimoramento, e sobretudo, a experiência.
Mas
não podia negar que a pintura irradiava um impacto
misterioso que me chocou. Então, eu tirei os olhos da
pintura e novamente vi você. Alguma coisa dentro de mim
mandava fazer isso.
Ao ver minha reação, você mostrou um
sentimento misturado de ansiedade e obstinação, e
continuou me encarando.
- O que senhor achou? Esse que está olhando agora, eu acho
que é um péssimos trabalho…
Você disse ironizando e desprezando sua própria
pintura. Repito a dizer, sinceramente eu senti forte impacto ao ver a
sua pintura, mas ao mesmo tempo senti muita antipatia em
relação a sua atitude e respondi com ironia
também.
- Bem, se seu péssimo trabalho é desse
nível, como seria um ótimo trabalho?
Senti certo alívio, ao dizer isso, pois com essa resposta eu
me escapei de me desprezar também. Mas isso não
quer dizer que eu tinha coração mais pura,
é porque o impacto da sua pintura havia vencido a minha
antipatia contra você.
Dentre várias pinturas que você havia
trazido naquele dia, tinha uma que está nitidamente gravado
na minha memória. Era tela de tamanho No 8 (455
mm×380 mm), que estava pintado uma paisagem de turfeiras que
se localiza próximo ao Rio Karuigawa. A tela mostrava um
local desolado, na época de outono, com campo de cana comum
no horizonte. Os nuvens de aguaneve cobria praticamente todo o
céu, e de alguns espaços abertos entre os nuvens feixes de luz do sol
da tarde iluminava tenuemente dois pés
finos de vidoeiros brancos, as únicas árvores no
campo.
A cor da tinta predominantemente utilizada para
pintar os cachos de cana
comum era monocromática e pintado de forma bem
rústica, parecia que havia tacado tinta direto na tela.
Até mesmo a cor branca sólida, que na natureza não
existe, era utilizada sem misturar com outras cores e era
esfregada diretamente na tela.
Mas mesmo assim, se prestar a
atenção na tela, percebia-se o
senso agudo sobre as tonalidades do o pintor. Além
disso, o efeito que a pintura provoca ao seu redor também
estava bem presente nesse trabalho.
木田金次郎の絵 Pintura
do Kinjiro Kida
Melancolia – quem vê esse trabalho, podia sentir a
profunda melancolia que um rapaz de apenas 16 ou 17 anos de idade
estava mergulhado – uma coisa inimaginável para rapazes da
mesma idade.
- Acho muito bom!
Foi a palavra que saiu da minha boca, após ser
inesperadamente surpreendido com o trabalho singular do jovem.
Não podia deixar de ser sincero em
relação à pintura tão
impactante.
Ao ouvir minhas palavras, seus rostos ficaram
levemente corados. Bem, eu senti isso, entretanto, logo em seguida,
você mostrou
cara insensível, como se tivesse duvidando das minhas palavras e
ironizando a si próprio. Ficou olhando alternadamente para
mim e para a sua pintura por certo tempo e de repente virou sua cara
para o
jardim.
Esse gesto, podia entender que era um gesto de
ignorar tudo que acabou
de acontecer.
Nós dois ficamos quietos sem falar nada. Eu, sem
graça, continue olhando para as pinturas espalhadas.
- O que senhor acha que está faltando nas nas minhas
pinturas?
Repentinamente, você me fez uma pergunta com voz
seca. Eu,
devido a certa confusão que senti até aquele
momento, não tive a coragem de dizer imediatamente o que eu
sentia, sem rodeios.
Mas, você estava determinada, muito sério, que
fazia até sentir uma certa
intimidação, para obter uma crítica
que desejava sobre seus trabalhos. Se eu dissesse algo amenizador,
só para te agrada, com certeza iria me
desprezar imediatamente.
Diante dessa situação, decidi então,
dizer a pura verdade.
Não me recordo bem, o que eu disse naquela
ocasião, deve ter ditos monte de coisas
presunçosas. Bem, de qualquer modo, devo ter falado que a
“técnica é imperfeita”, que a
“captação da imagem era muito seca”, que o
“motivo era excessivamente obcecante”, etc, etc.
Você ficou me escutando quieto, me encarando com
seus olhares
penetrantes.
Quando acabei de falar, por um tempo você continuou quieto,
mas logo em seguida nos cantos do seus lábios surgiu uma
risada que podia ser entendido como um sorriso ou risada
sínica.
Depois, nós dois continuamos sentados de frente a
frente e ficamos sem falar por durante uns 20 minutos. Após
longo silencio, você se levantou e me disse:
- Então, na próxima vez trago trabalho melhor,
por favor olhe de novo e faça suas críticas de
novo.
Essas suas palavas, tão ingênuas, alegres e
sinceras que até parecia palavras ditas por uma criança inocente me
surpreendeu de novo.
Acho que coração das pessoas
são coisas misteriosas, e um bom exemplo disso seria
palavras ditas por você naquela hora, pois foram exatamente
essas suas palavras que fez criar um laço de amizade muito
forte entre nós.
木田金次郎の絵 Pintura
do Kinjiro Kida
Com arrependimento no
coração, de ter presumido negativamente a seu
respeito, e lhe perguntei.
- Em que escola você estuda?
- Num colégio em Tokyo.
- Tokyo? Então, acho que as aulas já devem ter
começado.
- Sim
senhor.
- Por que então, você não vai embora
para Tokyo?
- É porque tenho matéria que estou em
dependência e perdi a vontade de estudar... Além
disso, há coisas que tenho que resolver aqui.
- Você pretende continuar a pintura?
- O senhor acha que eu tenho algum talento?
Quando você disse isso, você voltou a mostrar
aquela cara de teimoso, meio intimidador.
Eu não pude responder à essa pergunta, pois para
começar, eu não sou especialista em pinturas, e
portanto, só porque vi alguns trabalhos do jovem, como posso
dizer algo que pode até mudar o futuro dele?
Falando
sinceramente, tinha até medo de dizer, só de
sentir a seriedade, o envolvimento emocional que ele tinha com a
pintura, então, eu continuei quieto.
- Em breve eu me retornarei a minha cidade natal. Eu
sou da cidade de
Iwanai. Lá tem minas de produção de
sulfato e eu sonho esta paisagem de minas de sulfato até quando estou
dormindo. Eu vou pintar essa imagem na tela e vou lhe enviar por
correio depois. Então, gostaria que avaliasse novamente.
Bem, eu adoro pintar, mas admito que não sou muto bom em
pintar.
Vendo eu quieto sem falar nada, você disse isso
meio triste e ao mesmo tempo desprezando-o. Em seguida, pegou as folhas
de pintura que havia espalhado no assoalho e enfiou de qualquer jeito
dentro do seu furoshiki e foi embora.
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