O Sofrimento de Nascer
生れ出づる悩み

    
 


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第2章


   Conheci você, quando eu ainda morava na periferia da cidade de Sapporo.
A casa qual eu aluguei ficava próximo à margem direita do Rio Toyohira, que corria na divisa da cidade.
    A casa ficava no meio da plantação de maçã que tinha aproximadamente 10 mil metros quadrados de área plantada e ficava próximo da barragem do rio.  Foi nessa casa que você apareceu de repente numa tarde.
    A primeira impressão que eu tive de você, é que parecia estar com mau humor e sem muita vontade para conversar. Era um rapaz de estatura baixa e dava impressão de um rapaz que não conseguiu cresceu como os outros por causa da eplepsia infantil. Você estava com uniforme da escola de ensino fundamental meio sujo e sem prender a presilha da gola.

 

りんご園 Plantação de Maçã
りんご園の画像


      É muito estranho, mas eu me recordo bem dessas coisas.
     Você foi convidado a entrar na sala, porém, mal acabou de sentar, você disse sem rodeios, para mim ver os seus trabalhos de pintura. Era monte de trabalhos de pinturas a óleo e a de aquarela que estavam amontoados e embrulhadas num furoshiki (風呂敷) .
    Com gesto semelhante à de uma pessoa que não tem auto-estima, você tirou bruscamente algumas folhas de pintura do furoshiki e pôs na minha frente. E depois ficou me encarando como se estivesse sondando meus pensamentos.
    Falando sinceramente, naquela hora eu senti que você era um jovem muito arrogante. Então, eu também tentei agir à mesma altura. Sem olhar para sua cara, peguei uma pintura e examinei.
    Surpreso. Foi a sensação que tive ao olhar para sua pintura. Está certo que ainda faltavam muito para ser algo bom, dava para ver que faltava técnicas de pintura, aprimoramento, e sobretudo, a experiência.
    Mas não podia negar que a pintura irradiava um impacto misterioso que me chocou. Então, eu tirei os olhos da pintura e novamente vi você. Alguma coisa dentro de mim mandava fazer isso.
    Ao ver minha reação, você mostrou um sentimento misturado de ansiedade e obstinação, e continuou me encarando.
   - O que senhor achou? Esse que está olhando agora, eu acho que é um péssimos trabalho…
Você disse ironizando e desprezando sua própria pintura. Repito a dizer, sinceramente eu senti forte impacto ao ver a sua pintura, mas ao mesmo tempo senti muita antipatia em relação a sua atitude e respondi com ironia também.    
   - Bem, se seu péssimo trabalho é desse nível, como seria um ótimo trabalho?
Senti certo alívio, ao dizer isso, pois com essa resposta eu me escapei de me desprezar também. Mas isso não quer dizer que eu tinha coração mais pura, é porque o impacto da sua pintura havia vencido a minha antipatia contra você.

     Dentre várias pinturas que você havia trazido naquele dia, tinha uma que está nitidamente gravado na minha memória. Era tela de tamanho No 8 (455 mm×380 mm), que estava pintado uma paisagem de turfeiras que se localiza próximo ao Rio Karuigawa. A tela mostrava um local desolado, na época de outono, com campo de cana comum no horizonte. Os nuvens de aguaneve cobria praticamente todo o céu, e de alguns espaços abertos entre os nuvens feixes de luz do sol da tarde iluminava tenuemente dois pés finos de vidoeiros brancos, as únicas árvores no campo.
    A cor da tinta predominantemente utilizada para pintar os cachos de cana comum era monocromática e pintado de forma bem rústica, parecia que havia tacado tinta direto na tela. Até mesmo a cor branca sólida, que na natureza não existe, era utilizada sem misturar com outras cores e era esfregada diretamente na tela.
    Mas mesmo assim, se prestar a atenção na tela, percebia-se o senso agudo sobre as tonalidades do o pintor. Além disso, o efeito que a pintura provoca ao seu redor também estava bem presente nesse trabalho.

木田金次郎の絵 Pintura do Kinjiro Kida
木田金次郎の絵


    Melancolia – quem vê esse trabalho, podia sentir a profunda melancolia que um rapaz de apenas 16 ou 17 anos de idade estava mergulhado – uma coisa inimaginável para rapazes da mesma idade.
    - Acho muito bom!
    Foi a palavra que saiu da minha boca, após ser inesperadamente surpreendido com o trabalho singular do jovem. Não podia deixar de ser sincero em relação à pintura tão impactante.
     Ao ouvir minhas palavras, seus rostos ficaram levemente corados. Bem, eu senti isso, entretanto, logo em seguida, você mostrou cara insensível, como se tivesse duvidando das minhas palavras e ironizando a si próprio. Ficou olhando alternadamente para mim e para a sua pintura por certo tempo e de repente virou sua cara para o jardim.
    Esse gesto, podia entender que era um gesto de ignorar tudo que acabou de acontecer.
    Nós dois ficamos quietos sem falar nada. Eu, sem graça, continue olhando para as pinturas espalhadas.
    - O que senhor acha que está faltando nas nas minhas pinturas?
    Repentinamente, você me fez uma pergunta com voz seca. Eu, devido a certa confusão que senti até aquele momento, não tive a coragem de dizer imediatamente o que eu sentia, sem rodeios.
    Mas, você estava determinada, muito sério, que fazia até sentir uma certa intimidação, para obter uma crítica que desejava sobre seus trabalhos. Se eu dissesse algo amenizador, só para te agrada, com certeza iria me desprezar imediatamente.
    Diante dessa situação, decidi então, dizer a pura verdade.
Não me recordo bem, o que eu disse naquela ocasião, deve ter ditos monte de coisas presunçosas. Bem, de qualquer modo, devo ter falado que a “técnica é imperfeita”, que a “captação da imagem era muito seca”, que o “motivo era excessivamente obcecante”, etc, etc.
    Você ficou me escutando quieto, me encarando com seus olhares penetrantes.
Quando acabei de falar, por um tempo você continuou quieto, mas logo em seguida nos cantos do seus lábios surgiu uma risada que podia ser entendido como um sorriso ou risada sínica.
   Depois, nós dois continuamos sentados de frente a frente e ficamos sem falar por durante uns 20 minutos. Após longo silencio, você se levantou e me disse:
   - Então, na próxima vez trago trabalho melhor, por favor olhe de novo e faça suas críticas de novo.
Essas suas palavas, tão ingênuas, alegres e sinceras que até parecia palavras ditas por uma criança inocente me surpreendeu de novo.
     Acho que coração das pessoas são coisas misteriosas, e um bom exemplo disso seria palavras ditas por você naquela hora, pois foram exatamente essas suas palavras que fez criar um laço de amizade muito forte entre nós.

木田金次郎の絵 Pintura do Kinjiro Kida
木田金次郎の絵


     Com arrependimento no coração, de ter presumido negativamente a seu respeito, e lhe perguntei.
    - Em que escola você estuda?
    - Num colégio em Tokyo.
    - Tokyo? Então, acho que as aulas já devem ter começado.
    - Sim senhor.        
    - Por que então, você não vai embora para Tokyo?
    - É porque tenho matéria que estou em dependência e perdi a vontade de estudar... Além disso, há coisas que tenho que resolver aqui.
    - Você pretende continuar a pintura?
    - O senhor acha que eu tenho algum talento?
    Quando você disse isso, você voltou a mostrar aquela cara de teimoso, meio intimidador.
    Eu não pude responder à essa pergunta, pois para começar, eu não sou especialista em pinturas, e portanto, só porque vi alguns trabalhos do jovem, como posso dizer algo que pode até mudar o futuro dele?
    Falando sinceramente, tinha até medo de dizer, só de sentir a seriedade, o envolvimento emocional que ele tinha com a pintura, então, eu continuei quieto.
    - Em breve eu me retornarei a minha cidade natal. Eu sou da cidade de Iwanai. Lá tem minas de produção de sulfato e eu sonho esta paisagem de minas de sulfato até quando estou dormindo. Eu vou pintar essa imagem na tela e vou lhe enviar por correio depois. Então, gostaria que avaliasse novamente. Bem, eu adoro pintar, mas admito que não sou muto bom em pintar.
    Vendo eu quieto sem falar nada, você disse isso meio triste e ao mesmo tempo desprezando-o. Em seguida, pegou as folhas de pintura que havia espalhado no assoalho e enfiou de qualquer jeito dentro do seu furoshiki e foi embora.


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