Capítulo 4 

DOUTOR KUBO   


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@@  B udori  B udori andou quase  2 horas até chegar à estação de trem.
Comprou o bilhete e embarcou no trem com destino à cidade de Ihatov.
Logo o trem partiu da estação e  foi aumentando sua velocidade e deixando para trás as paisagens de campos pantanosos.
Mais adiante começou enxergar várias  florestas negras, que também logo foram se afastando da vista.
    O coração do Budori encheu de saudades dos dias que passou nos campos pantanosos.
Mas ao mesmo tempo, queria chegar quanto mais antes em Ihatov e encontrar com o tal  Professor Kubo que escreveu aquele livro que ele leu e tanto admirou.
E se for possível, queria trabalhar e estudar em Ihatov, para que todas as pessoas que trabalham nos campos pantanonosos pudessem trabalhar em agricultura sem se preocupar com aqueles problemas, tais como cinzas vulcanicas, estiagens e frios intensos, que prejudicavam e atormentavam os agricultores.
 E quanto mais pensava nisto, surgia uma grande ansiedade qu e apertava seu coração, que fazia sentir que até mesmo a velocidade do trem era lento.
 

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@  Quando Budori finalmente chegou no endereço da escola já era final de tarde.
A escola ficava num prédio antigo de cor branca e mal conservado. E do segundo andar do prédio ouvi-a se alguém falando com voz alta. Budori resolveu chamar em voz alta:
    - Boa tarde!
    Mas ninguém atendeu. Chamou novamente com voz bem mais alta:
    - Boa taaardeee!
    Então, da janela do primeiro andar apareceu um homen de rosto cinza. Ele usava dois pares de óculos que  refletiam a luz do sol.
    - Você não está vendo que estou dando aula? Para de me incomodar. Se tem alguma coisa que quer falar comigo, suba a escada e venha aqui!
De u bronca no Budori e desapareceu. Ouviu-se gargalhada de muitas pessoas da janela onde aquele homem mostrou a cara, mas parece que ele não se importou muito com isso,  continuou falando alto.
     Budori criou coragem, entrou no prédio, subiu a escada e foi para o primeiro andar sem fazer muito barulho. Chegando no primeiro andar, havia um corredor e no final dele havia uma porta aberta e ali tinha uma enorme sala de aula. A sala de aula estava lotado de estudantes, cada um com roupa diferente.
    O parede do fundo da sala era pintada de preto e nela havia traçado várias linhas com giz branco e aquele homem - ele era alto – estava apontando seu dedo para um maquete parecido com uma torre à sua frente e estava explicando aos alunos com aquela voz alta.
Budori viu maquete e pensou:
    gAh... Aquilo deve ser  maquete de "História da História" que tinha desenho no livro dele ...h
Rindo, o homem girou uma  manivela do maquete. O maquete deu um estalo e em seguida transformou em uma coisa parecida com navio de  forma estranha.
Quando ele girou mais uma vez, o navio se transformou em algo parecido com uma grande centopéia.
Os alunos estavam inclinando suas cabeças, pareciam que não estavam entendendo nada daquilo que estavam vendo. Mas para Budori foi muito interessante.
    - E no final resulta em desenho assim!
Disse professor e em seguida,  começou desenhar rapidamente vários desenhos complexos na parede preta. Ele pegou  outro giz na sua mão esquerda e continuou desenhando com as duas mãos sem parar. Os alunos também começaram a copiar os desenhos no seus cadernos imitando ele.
Budori tirou do bolso, sua caderneta velha que sempre ucarregava quando trabalhava no campo pantanoso e começou a copiar também.
     A essa hora, o professor já havia terminado de desenhar e subiu no degrau e ficou obserando os alunos.

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     Budori também havia terminado e estava conferindo o desenho por vários ângulos.
Um aluno que estava ao seu lado bocejou abrindo bocão. Budori perguntou a ele em voz baixa:
    - Como se chama aquele professor?
Ao ouvir isso, o aluno respondeu com cara de desprezo:
    - Aquile é o famoso, Doutor Kubo, você não sabia?!
E depois olhou para os desenhos que o Budori copiou na caderneta e disse:
    - Um novato jamais poderá copiar desenho do professor. Eu estou estundando nessa escola já há 6 anos!
    Dito isso, ele guardou seu cadereno no bolso.
    Nessa hora, as luzes da sala de aula acenderam.
Já estava escurecendo. O Dr. Kubo falou com sua voz alta de cima do degrau:
    - A noite  já chegara. E eu também terminei meu  curso hoje. Dentre  senhores quem desejar, seguindo os procedimentos de sempre, me mostrem seus cadernos, depois passarão por uma sabatina e então, decidam em que área pretendem trabalhar.
    Os alunos soltaram gritos de alegria de ter concluído o curso. A maioria dos alunos f echaram seus cadernos e sairam apressadamente da sala de aula.
    Restaram aproximadamente 50 alunos na sala de aula.
Eles fizeram uma fila e um a um foi mostrando seus cadernos para o professor.
O Dr. Kubo dava uma rápida olhada no caderno, fazia uma ou duas perguntas e depois escrevia com giz branca na gola do aluno, "Aprovado" ou "Fazer recuperação" ou então "E sforçar mais!".
     Durante esse ritual, o aluno que estava sendo avaliado encolhia o seu pescoço preocupado com avaliação que iria receber. Mas, após receber sua avaliação, saía para o corredor e pedia para colegas lessem a avaliação que o professor havia escrito nas golas. Ao ouvirem sua avaliação, uns ficavam contentes e outros ficavam tristes.
     A avaliação foi prosseguindo e chegou a vez do Budori. Ele era ultimo a ser avaliado.
Quando Budori tirou sua pequena caderneta meio suja e o mostrou, o Dr. Kubo deu uma bocejada enorme e ao mesmo tempo se curvou para olhar caderneta bem de perto. Por pouco, ele não sugou a caderneta do Budori.
Após dar uma inspirada profunda, ele disse:
     - Muito bem, esse desenho está correto! Mas o que são estas anotações? Hã, entendi. Você fez anotações sobre adubos, ração para cavalo, etc, etc, do campo pantanoso, não é?
     - .........
Budori não falou nada.
     - Tudo bem, agora eu quero que você me responda. Quais são as cores e tipos de fumaças que saem dos chaminés das fábricas?
Sem perceber, Budori respondeu em voz alta também:
     - Preta, marrom, amarela, cinza, branca, incolor e a mistura de todas elas.
O Dr. Kubo riu ao ouvir resposta e disse:
     - gFumaça incolorh? essa  foi uma boa resposta! Me fale agora sobre as formas das fumaças.
     - Se não tiver vento e  muito volume de fumaça, subiria reto mas na medida que vai subindo irá se alargando. No dia em que a s nuvens estão muito baixas, a coluna de fumaça chegará até a altura das nuvens e daí vai  espalhar. No dia que tem vento, a coluna de fumaça sobe inclinada, mas essa inclinação depende da velocidade do vento. A fumaça pode tomar forma de ondas ou até mesmo ser  fragmentado, isso pode ser causadas  pelo vento ou até mesmo pelo formato do chaminé. Se o volume da fumaça for pouco, ela pode tomar a forma de rolha e se tiver misturado com gás pesado, poderá cair para os quatro lados ou um lado do chaminé como se fosse uma penca.
 O Dr .Kuboriu de novo.
     - Tudo bem. E você trabalha onde?
     - Eu vim procurar um trabalho nesta cidade.
   @- Nos podemos oferecer um trabalho interessante para você. Toma, vou te dar o meu cartão de visita. Pega isso e vá imediatamente à este endereço... .h

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@ Dr. Kubo escreveu rapidamente alguma coisa no cartão de visita e entregou na mão de Budori.@Budori agradeceu e ia sair sa sala de aula. O Dr. Kubo respondeu menendo a cabeça e murmurou baixinho:
    - Ué... Será que estão queimado algum lixo lá fora?
E foi jogando pedaços de giz, lenço, livros, tudo na sua mala que estava sobre mesa e em seguida carregou a mala debaixo do seu braço e pulou para fora daquela janela que ele havia mostrado sua cara horas antes.
    Assustado, Budori foi correndo até a janela. O Dr. Kubo estava se afastando rápidamente do prédio, pilotando um pequeno dirigível que até parecia brinquedo. Ele foi voando no céu da cidade que já estava sendo coberta pelas névoas azuladas da noite.
    Budori ficou olhando de boquiaberta. O pequeno dirigível do Dr. Kubo parou sobre laje de um prédio de cor cinza. Daí ele desceu, prendeu dirigível com algo parecido com um gancho e depois entrou no prédio e desapareceu da vista. 

 


(continua...)


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@Esta é uma tradução da obra "Gusko Budori no DenkiiƒOƒXƒR[ƒuƒhƒŠ‚Μ“`‹Lj" do escritor japonês Kenji Miyazawa (1896-1933), feita por alunos do Curso de Formação de Tradutores da Escola Modelo de Língua Japonesa de Mogi das Cruzes. A obra original em japonês poderá ser lida aqui.

 Alunos que colaboraram na tradução:   Bruna Eimy Sinowara, Paula Tahara Pereira, Rafael Yukio Matsui

Coordenação e Revisão feita por: Prof. Kenji Ogawa

Mogi das Cruzes, 10 de abril de 2015

 Site Oficial da Escola Modelo de Língua Japonesa de Mogi das Cruzes


 
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