Não temer a chuva

por Kenji Miyazawa


Não temer a chuva
Não temer o vento
Ter um corpo forte
Que não teme nem a neve
Nem o calor de verão
Não ter ambição
Jamais ficar zangado
E sempre sorrir
Silenciosamente. 


Alimentar-se só de pouco arroz,
missô(*1) e verduras por dia
Sem preocupar consigo
olhar e ouvir bem as coisas
E jamais esquecer


Morar numa cabana de palha
À sombra de bosque de pinheiros.
Se no leste tiver uma criança doente
Vai até lá para cuidá-la.
Se no oeste tiver uma mãe cansada
Vai até lá para ajudar carregar a carga
Se no sul tiver uma pessoa à beira da morte
Vai até lá e diz para não ter medo
Se no norte tiver briga e disputa judicial,
Vai até lá e diz que isso não vale a pena

Nos dias de seca derrama suas lágrimas
No verão frio anda desesperadamente
Ser chamado de inútil por todos,
Não é elogiado por ninguém
Mas não incomoda ninguém
Quero me tornar uma pessoa assim.


Nota: *1 Missô é um ingrediente tradicional da culinária japonesa feito a partir da fermentação de arroz, cevada e soja com sal, usada principalmente para fazer sopa de missô.
   Na obra original, após ultimo estrofe da poesia, há anotação da diagrama esquemático da Mandala, entretanto, nessa tradução não reproduzimos essa parte.



 Esta é uma tradução da poesia "Amenimo Makezu" (雨ニモマケズ) do escritor japonês Kenji Miyazawa (1896-1933), feita por alunos do Curso de Formação de Tradutores da Escola Modelo da Língua Japonesa de Mogi das Cruzes.
  A obra original em japonês pode ser lido neste site

  Alunos que colaboraram na tradução:  Bruna Eimy Sinowara, Edy Daiguen Nakamura, Paula Tahara Pereira,
                                                            Rafael Yukio Matsui.

Coordenação e revisão feita por: Prof. Kenji Ogawa


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