Os Vinte e Quatro Olhos

自転車

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       No dia seguinte, os alunos estavam planejando como caçoar a nova professora que não é "mulher batata", mas é baixinha. Eles estavam andando e conversavam baixinho sobre a tática. Todos eles estavam concentrados e pensando somente no plano e portanto, todas estavam um pouco desatenta.
O local também não ajudou eles. Era próximo a uma curva que não dava visibilidade. De repente, apareceu uma bicicleta – algo raro até mesmo nessa região. A bicicleta aproximou-se rapidamente a alunos.
   - Bom dia!
  Ao passar por eles como um vento, uma mulher jovem de terninho escurso, blusa branca e saia cumprimentou os alunos com sorriso. Ela deve ser a nova professora. Todos achavam que a nova professora ia a pé para a escola do vilarejo, mas ela veio montado numa bicicleta! Para eles, era primeira vez que viram uma professora pedalando uma bicicleta. Era também primeira vez que viram uma professora com saia e blusa. Era também primeira vez que a nova professora disse “Bom dia!”, no primeiro dia que encontraram os alunos.


自転車に乗った小石先生

    Todos ficaram com boca aberta e ficou olhando a professora de bicicleta se distanciando. O resultado de primeiro round foi 1 a zero. Os alunos foram nocauteados. Todos começaram a achar que essa nova substituta é diferente das outras anteriores. Pelo jeito, ela não será alvo fácil para os alunos.
   - Caramba! Ela deve ser osso duro de roer!
   - Mulhe andando de  bicicleta?!
   - Acho que ela gosta de se exibir!
Enquanto os meninos estavam comentando da nova professora, as meninas manifestavam opiniões diferentes.
   - Ela não é tal de “moça moderna”?
   - Mas uma “moça moderna” não devia ter cabelos curto como homem?
Dizendo isso, uma menina mostrou com seus gestos, fazendo uma tesoura com os dois dedos e simulava cortar os cabelos atrás das orelhas.
   - É mesmo. Ela estava com penteado normal!
   - Mas ela estava vestido de roupa ocidental!
   - Talvez ela seja filha de uma loja de bicicleta? Vocês viram? A bicicleta dela era novinha, estava até brilhando!
   - Puxa, como era bom se a gente também pudesse andar de bicicleta. Deve ser muito gostoso andar pela estrada.
   Bem, a verdade é que eles não tinham jeito para fazer a brincadeira de mal gosto ou caçoar a professora que anda de bicicleta. Mas com toda certeza, todos ficaram desanimados, como um lutador de judo que foi derrotado com ippon. Todos estavam pensando o melhor jeito de golpear essa nova oponente, mas ninguém conseguiu pensar em uma boa ideia e quando chegaram até aquele relógio grande do portão da hospedaria, viram que estavam 8 minutos atrasados. Novamente, as criançadas tinham que correr levantando a poeira e fazendo barulhos dos estojos das malas.
   No mesmo horário, no vilarejo do pontal também havia uma agitação entre os moradores. As mulheres tagarelas do vilarejo ficaram sabendo que a nova professora veio e voltou de barco ontem sem que ninguém notasse. Por isso, elas também estavam ansiosas para ver a nova professora hoje.
  “Como será que ela vai passar pelo vilarejo hoje?”.
Elas estavam curiosas também para ver uma professora que veste saia e blusa. Entre as mulheres do vilarejo, a mulher da mercearia que fica na entrada do vilarejo, que era uma das mais curiosas. Todos chamavam ela de “mulher vigia”. Era ela que sempre descobria em primeiro lugar, quem chegasse ao vilarejo. Então, desde manhã cedo ficou prestando atenção na estrada, Ela não ia deixar passar ninguém sem que ela visse.
   Como fazia algum tempo que não chovia, a estrada estava bem seca e empoeirada. A mulher da mercearia resolveu então molhar com a água em frente da sua loja. Pensou que isso seria um gesto de dar boas vindas para a nova professora. Quando ela pegou o balde com água e saiu na frente, uma bicicleta aproximou rapidamente e quem estava montada cumprimentou com uma voz suave.
   - Bom dia, senhora!
   - Bom dia...
 Por hábito, a mulher da loja respondeu automáticamente ao ouvir o cumprimento. Quando ela percebeu, a bicicleta já havia passado, desceu a ladeira e havia sumido. A mulher da mercearia largou o balde, saiu correndo e entrou no quintal do vizinho que é a casa do carpinteiro. Achou a mulher do carpinteiro que estava lavando as roupas perto do poço e falou em voz alta.
   -  Você viu? É essa mulher de bicicleta que passou agora que é a nova Onago Sensei?
   - Ela estava de blusa branca e terninho escuro igual de homem?
   - Sim!
   - Então é essa mesma.
   - Não acredito! Ela vai a escola de bicicleta?
 A mulher do carpinteiro havia levado sua filha Matsue na escola ontem, pois a Matsue começou a estudar esse ano. Ela ficou surpresa ao ouvir notícia sobre a nova professora da sua vizinha. Então, a mulher da mercearia disse com uma cara de sabichona.
- Pois é! Como as coisas estão mudando! Onago Sensei montar numa bicicleta? Será que o pessoal não vão chama ela de mulher levada?! -  A mulher da mercearia falava como se preocupasse, se a Onago Sensei fosse chamada com esse apelido, mas por dentro ela havia decidida que ela mesmo ia chamá-la de "mulher levada".
     A distância entre a mercearia e a escola, se andar de bicicleta levaria apenas 2 ou 3 minutos. Entretanto, em menos de 15 minutos, os boatos sobre a nova professora, a "mulher levada" havia espalhado por vilarejo inteiro. E a agitação do vilarejo parece que contagiou também a escola. Os quase 50 alunos da escola rodearam a bicicleta da nova professora que havia sido estacionada perto da porta de sala dos professores. Os alunos estavam fazendo maior auê, que parecia até briga dos pardais. Mas quando a nova professora saiu da sala e aproximou deles, eles fugiram como pardais espantados. Sem graça, ela voltou para a sala dos professores. Dentro da sala estava o Otoko Sensei, o professor velho, seu novo companheiro da escola. Ele estava sentado na mesa com cara de desinteresse total. Pelo jeito, ele parecia que estava querendo transmitir a mensagem para ela. “Não me envolva nisso, por favor”.  Ele fingia estar concentrado em verificar alguns papeis. E ele tentava se esconder atrás da caixa de arquivos que fica em cima da mesa.
    Sobre a transferência de serviços, a Professora Kobayashi havia passado tudo para a nova professora, portanto ela não tinha nenhum problema em relação as aulass. Mas a Onago Sensei estava insatisfeito com o desinteresse do Otoko Sensei. Por outro lado, o Otoko Sensei também estava meio perdido. “Puxa, o que eu faço? Nunca imaginei que uma professora formada na escola de pedagogia, uma professora de verdade (que não é aprendiz) viesse aqui dar as aulas! Pelo jeito ela é bem capacitada, bem diferente das aprendizes anteriores que lecionaram até agora. Ela é baixinha, mas parece inteligente. Será que eu consigo conversar normalmente com ela? Quando eu vi ela ontem com aquele terninho e saia, logo percebi que ela é mulher bem moderna, mas não imaginei que aparecia hoje montada numa bicicleta! Puxa vida, porque será que o diretor mandou uma professora de nível tão alto como ela nessa escola? Acho que o diretor não está batendo bem a cabeça! ".  Ele estava pensando essas coisas e ficava preocupado.
   O Otoko Sensei era filho de um lavrador e após formar-se na escola, tentou durante 10 anos, passar no concurso para professor e até que em fim conseguiu-se aprovar e veio lecionar nesta escola do vilarejo há 5 anos. Só de ver esses fatos dá para saber que ele é um homem esforçado. Mas por outro lado, ele era um homem muito simples. Sempre usava tamanco de madeira e o único paletó que ele tinha, de tanto usar os ombros do paletó estavam amarelas. Ele vivia junto com a sua velha esposa e não tinha filho. O único prazer dele era ver saldo da caderneta de poupança dele ir aumentando aos poucos e para tanto, ele e esposa dele viviam modestamente para não gastar muito.
   O principal motivo de ele ter aceitado a vir lecionar neste retirada escola do pontal, que a maioria dos professores evitam de vir a lecionar, era de achar que neste lugar não teria que se relacionar com muitas pessoas. Poderia dizer então que ele era um professor bem diferente. O único par de sapato social que ele tinha, só usava quando tinha que ir até a escola principal que fica na cidade, onde trabalha também o diretor, para participar da reunião dos professores que é realizada periódicamente. O tal de bicicleta também ele já tinha visto, mas nunca viu de perto muito menos tinha andado com ela. Mas os moradores do vilarejo gostavam dele. Por isso, ele sempre ganhava peixes, legumes e verduras dos moradores. Ele vivia praticamente igualzinho aos moradores do vilarejo. Andava de roupas meio encardidas, um pouco de sujeira atrás das orelhas e no pescoço, comia as mesmas comidas e usava mesmo linguajar. Portanto, as roupas modernas e a bicicleta da nova Onago Sensei fez o velho Otoko Sensei sentir-se meio constrangido e incomodado.
   Entretanto, a nova Onago Sensei não sabe desta situação delicada do Otoko Sensei. A sua antecessora, a Professora Kobayashi havia lhe explicado detalhadamente sobre “as brincadeiras” dos alunos, mas pouco falou de Otoko Sensei. Ela somente disse. - É um professor meio excêntrico. - Apesar de a Professora Kobayashi ter dito aquilo, a nova Onago Sensei sentia que ele estava te ignorando, não lhe dava atenção propositalmente. Hoje é o segundo dia de aula nesta escola, mas quando ela pensa nesta situação complicada, se descuidar sairia suspiro da sua boca.
   A nova Onago Sensei se chamava Hisako Oishi. Ela nasceu numa aldeia que tem uma grande árvore de pinheiro e situava na margem oposta da baía. Vendo desse lado da margem da baía, aquela grande árvore de pinheiro da sua aldeia parecia um pé de bonsai. Na casa a mãe está sozinha e deve estar pensando na sua filha com preocupação, se está se dando bem na escola que está dando aula pela primeira vez, depois que se formou. Pensando na sua mãe, surgiu uma vontade na Professora Oishi, de respirar fundo e gritar bem alto “Mãe!”.

    O diretor da escola principal que fica na cidade havia dito para ela na ocasião em que conversaram alguns meses atrás.
   - Olha, Professora Oishi, eu sei que dar aula na escola do pontal não é fácil, principalmente por causa da distância. Mas sinceramente dizendo, gostaria que você aguentasse pelo menos um ano lá, daí eu te transfiro para cá. Eu acho muito importante, você que é jovem, experimentar dar aulas na escola como aquela e adquirir a experiência e sentir também as dificuldades.
   O diretor era amigo do felecido pai dela. Então, a Professora Oishi veio dar as aulas na escola do pontal com intenção de trabalhar só um ano. Como a distância entre sua aldeia e vilarejo era muito grande, a mãe tinha sugerido alugar um quarto no vilarejo. Mas ela pensou na sua mãe que vai ficar sozinha durante a ausência da filha. Pois durante os 2 anos que ela morou na outra cidade para estudar na escola de pedagogia, sua mãe ficou sozinha. Então, ela preferiu morar com sua mãe e resolveu comprar uma bicicleta para andar o trajeto de 8 Km até a escola. A bicicleta comprou de uma amiga que o pai tem loja de bicicleta e vai pagar em prestações de 5 meses. Como não possuía roupa que pudesse usar para andar de bicicleta, pegou kimono de lã da sua mãe, tingiu de preto, cortou, costurou com sua própria mão - apesar que ela não era tão boa nisso - e fez um terninho. Provavelmente, os moradores do vilarejo não devem saber desses detalhes, mas só de verem uma mulher jovem (e levada), com roupa ocidental moderna, andando de bicicleta novinha, devem ter achado uma professora novata prafrentex.
    Mas essas reações das pessoas não devem ser visto como "estranha" ou "atrasadas", pois, estamos falando do ano de 1928. O governo havia promulgado a Lei da Eleição Geral (nota: Sufrágio universal) poucos meses atrás, mas a maioria dos moradores do vilarejo não tinham nenhum interesse dessa nova lei, pensavam que essa nova lei é para outras categiria de pessoas. O vilarejo em si, era um mundo diferente, ou melhor dizer, era uma comunidade fechada e muito conservadora. E nesse vilarejo, um dia de repente, apareceu uma mulher jovem de terninho preto (que não estava encardido) e blusa (que estava branca de mais), montada numa bicicleta novinha. Quem não iria assustar? Tudo isso para os moradores era coisas de luxo, coisa de mulher levada, sentiram-se que a nova professora é uma pessoa do outro mundo, uma estranha. Mas para a Professora Oishi era apenas segundo dia de sua aula nesta escola. Ela se sentiu como se viesse num país estrangeiro que não conseguia-se comunicar com ninguém.
  

出席をとる画像

     Trim, trim, trim…
    Tocou o sino que avisa início das aulas. A professora Oishi assustou com o som do sino. Quem estava tocando o sino era um aluno da 4a série que foi eleito ontem como representante da classe. No pátio da escola, os alunos da 1a série que pela primeira vez estão sozinhos sem pais e com caras demonstrando ansiedade e também uma certa insegurança, formavam um grupo diferente dos demais alunos. Após os alunos de 3a e 4a série entrarem na sala de aula, a Professora Oishi começou a bateu as suas palmas ritmadas e ordenou que os seus alunos da 1a série marcassem os passos sincronizandos com as batidas de suas palmas. Depois, ela conduziu os alunos – ela andando de ré – até a sala de aula. Entrando na sala, pegou o caderno de presença, desceu do degrau em frente a lousa - onde fica também a mesa de professor e disse.
   - Agora vou tirar a presença. Se for chamado o nome, tem que responder “Hai!” bem alto, está bem? - E logo em seguida começou a chamar o nome de cada aluno.
   - Isokiti Okada kun!  (nota: kun é título honorífico para chamar homem)
  Na sala de aula, os alunos haviam sentados na carteira seguindo ordem crescente de estatura, por isso, Isokiti Okada que era o mais baixinho da turma, foi chamando em primeiro lugar. O Isokiti, além de ficar surpreso por ser chamado em primeiro lugar, ficou também surpreso em ser chamado com kun no seu nome - nunca ninguém antes havia-lhe chamado com kun. Essas duas surpresas pegou ele de supetão e não conseguiu responder de imediato a chamada.
   - Isokiti Okada kun, você não está presente?
   - Está sim. - Uma voz bem alta respondeu. Quem confirmou foi um menino bem alto que estava sentado na ultima carteira.
   - Se está, tem que responder “Hai”, está bem, Isokiti Okada kun?
A professora foi se aproximando ao aluno alto que respondeu sem tirar os olhos dele e disse. Os alunos da 2a série deram risada e o Isokiti continuou em pé sem saber o que fazer.
   - Sonki, responda! - Uma aluna da 2a série,  que deve ser irmã do Isokiti, pois ela tinha o rosto bem parecido com o Isokiti falou baixinho.
   - Ué, todos te chamam de “Sonki”? - A professora perguntou e todos alunos confirmaram meneando as cabeças.
   - Então, está bem. O Isokiti “Sonki” san está presente?
 Todos riram pois acharam engraçado e a professora também riu. A professora escreveu o apelido “Sonki” de Isokiti ao lado do nome dele no caderno de presença.
   - Próximo é Takeiti Takeshita kun!
   - Hai! - Ele parecia um menino inteligente.
   - Muito bem! Você respondeu corretamente. Próximo é Kitiji Tokuda kun.
 Quando o próprio Kitiji suspirou ar para responder, aquele menino alto de trás que respondeu “Está aqui!” na hora que chamou o Isokiti, gritou.
   - Kitchin!
 Todos caíram na risada de novo. Aquele menino alto que está sentado atrás se chamava Nita Aizawa, que estava empogado, continuou falando os apelidos das crianças. Quando o nome do Tadashi Morioka foi chamado ele gritou.
   - Tanko! - E quando finalmente chegou a sua vez, respondeu mais alto.
   - Hai!
 A professora continuou com sorriso, mas disse com tom de repreenção.
   - Nita Aizawa kun é um pouco metido né? A voz também é alto de mais. Daqui em diante, eu quero que só me responda quem for chamada, tá?
   - Matsue Kawamoto san.
   - Hai.
   - E de você, como os seus colegas te chamam?
   - Mattyan.
   - Ah, sim. Seu pai que é carpinteiro, não é?
 A menina meneou a cabeça em sinal de confirmação.
   - Misako Nishiguti san.
   - Hai.
   - Então você deve ser chamada de Miki-tyan, né?
   - Não, me chamam de Mii.
   - Que apelido bonitinho! Próximo é Massuno Kagawa san.
   - Hei!
 A professora quase deu risada e disse.
   - Massuno san, responder Hei não é certo. A partir da próxima vez responda Hai, tá?
Aí, o Nita metidinho disse.
   - Ela é Maa tyan!
 A professora não ligou mais para Nita e continuou chamando os nomes.
   - Fujiko Kinoshita san.
   - Hai.
   - Sanae Yamaishi san.
   - Hai.
 Para cada aluno que respondia, ela sorria e continuava tirando a presença.
   - Tsuru Kabe san.
  Quando chamou nome da Tsuru, tudo mundo começou falar e a classe ficou agitada. A professora, que no começo não estava entendendo o que estava acontecendo, mas ao entender que era coisa mais engraçada que a resposta “Hei” de Massuno Kagawa, não aguentou e começou a rir também. Todos alunos estavam chamando a Tsuru de “Kabe-Kotsuru, Kabe-Kotsuru!”. As crianças juntavam o sobrenome dela com o nome e chamavam agrupado. O nome Kabe (加部) tem pronúncia igua de parede () e nisso juntava Tsuru que parece com o verbo esfregar kossuru (こする) e formava o apelido dela, "Kabe-Kotsuru" que significa "esfregar a parede".
  A Tsuru, que parece ser uma menina de genio forte, nem chorou, mas ficou vermelha de vergonha.
    Depois que a classe se acalmou e terminou de tirar a presença da ultima aluna, que foi a Kotoe Kataguiri, já havia terminado a primeira aula. Mas à essa altura, a professora tinha obtido informações básicas sobre todos os alunos.
Ficou sabendo que a Tsuru é filha de um benri-ya, uma profissão que faz e ajuda todo tipo de serviço e que andava com um sininho pendurado na cintura, a Fujiko Kinoshita é filha da família tradicional e antiga da localidade, a Massuno que respondeu “Hei” é filha de dono de um restaurante, Sonki – o Isokiti é filho de tofu-ya (fabricante de tofu) e o Tanko- Tadashi Morioka é filho de proprietário de barcos de pesca. A professora gravou tudo isso na sua memória.
   Cada família tem a sua profissão, uma faz tofu, outra vende arroz, outra trabalha na pesca, etc. Mas apesar de cada família possuir uma profissão, nenhuma família conseguia se sustentar somente exercendo somente a sua profissão. Todas tinham um outro serviço, tais como lavoura, pesca, etc, para ajudar na renda familiar. É um vilarejo pobre, se não derem duro no trabalho não conseguiriam sobreviver. Essa situação não é diferente da aldeia onde a professora mora. As crianças que começam a aprender ler, escrever e fazer a conta na escola também, assim que voltarem da escola  tinham que ajudar seus pais, cuidando dos seus irmãozinhos pequenos, ajudando a bater cevadas no pilão, ajudando puxar rede de pesca na praia, etc.
   A Professora Oishi pensou: “Como poderei me relacionar com estas crianças que parece que os pais só pensam como "mais uma mão de obra nos seus trabalhos"?. Quando pensou nisso, sentiu-se envergonhada de ter ficado sentimental de manhã, por estar longe da sua casa e da mãe para dar aulas aqui nesta distante escola do vilarejo. Por outro lado, ela sentiu que cada um dos doze alunos da 1a série que começaram a relacionar com ela heje, possui uma característica única e brilhante.
   “Não posso de forma alguma, que estas puros olhos percam os seus brilhos!”
  À tarde, depois das aulas, a Professora Oishi pegou sua bicicleta para pedalar 8 Km de estrada até a sua casa. Os moradores do vilarejo viram ela pedalando animadamente, mas para eles, ela se aparentava mais levada que de manhã.
   - Até amanhã!
   - Até amanhã, senhor!
   - Até amanhã, senhora!
 Ela cumprimentava a todas que encontravam no caminho, mas eram poucos que respondiam a professora. Alguns só meneavam a cabeça, mas não respondia. Mas, também pudera, pois no vilarejo já havia espalhado novas críticas contra a nova professora.
   - Você ouviu? Diz que a nova professora escreveu até os apelidos de cada aluno!
   - Diz que ela chamou a Mii da Nishiguti de “bonitinha”!
   - O que será que Nishiguti levou de presente para agradar a nova professora, né?
  A professora Oishi que não sabia dessas coisas, quando se aproximou da subida que fica antes de entrar no vilarejo, inclinou um pouco o seu corpo para frente para pedalar com mais força. Ela queria chegar logo na sua casa para contar para a sua mãe, a alegria e disposição que está sentindo para dar aula na escola do pontal. A subida que ela está pedalando agora, é uma descida para ir à escola de manhã. Para descer de a subida de bicicleta é até gostoso, mas na volta torna-se uma subida que faz ela soar. Mas nem isso incomodava a professora que estava repleta de ânimo. Depois da subida a estrada é reta. Logo ela encontrou com um grupo de alunos da 5a série acima que encontrou de manhã. Agora, após a aula na escola da cidade eles estavam voltando para o vilarejo. Eles também avistaram a professora de bicicleta e começaram gritar.
   - Oishi, Koishi!
   - Oishi, Koishi!
 Conforme aproximava mais do grupo, os gritos ficavam mais altos. No início, a professora não estava entendendo o que eles gritavam. Mas logo entendeu que estavam caçoando com nome dela. Ela começou a rir e tocou sininho da bicicleta em resposta. Ao passar por grupo, ela se despediu.
   - Até amanhã!
 As crianças gritaram mais alto de alegria e logo em seguida repetiram os gritos em uníssono.
- Oishi, Koishi!, - Oishi, Koishi! …
 Na medida que a distância entre professora e o grupo foi aumentando, os gritos foram-se reduzindo. Então, nesse dia, a nova professora ganhou um novo apelido, além do tradicional “Onago Sensei”, a “Professora Koishi”. Provavelmente, as crianças devem ter apelidado a nova professora de Koishi (literalmente significa “pequena pedra”, enquanto que Oishi significa “grande pedra”), por ela ter estatura bem baixa.



 Conheça os alunos da 1a série da classe de Onago Sensei do filme de 1954.
生徒たちの名前

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